A crise financeira que assola o Estado e o país faz com que os prefeitos tenham de conviver com repasses cada vez mais minguados por parte dos governos federal e estadual. Os cortes de recursos e a demora na liberação de verbas têm levado os prefeitos da região a reverem suas pretensões políticas.
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Em ano de eleição municipal, cerca de um terço dos gestores que poderiam buscar a reeleição na região de abrangência do Diário, afirmam que devem desistir em função das limitações financeiras.
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Uma situação inusitada em comparação com pleitos anteriores, quando a reeleição era o caminho natural de quase a totalidade dos prefeituráveis. O ¿Diário¿ fez um levantamento nas 39 cidades da região. Em 28, os mandatários poderiam candidatar-se à reeleição.
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Porém, oito deles adiantaram que seus nomes não estarão na urna eletrônica em outubro, sendo que cinco deixaram claro à reportagem que a motivação pela desistência é uma só: a inviabilidade financeira dos municípios.
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E o número pode aumentar, já que entre os indecisos há mais cinco gestores. Se eles não concorrerem, serão 10 chefes dos Executivos longe das urnas. O recorte regional vai ao encontro do estudo da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), do mês passado, que mostra que dos 152 prefeitos habilitados, 51 decidiram não participar da eleição (cerca de 33%).
Entre os que decidiram sair dos holofotes do poder está o prefeito de Agudo, Valerio Trebien (PMDB). Com um orçamento de R$ 49 milhões, resume o drama:
– Estamos no fio da navalha.
Status ficou no passado
A mudança de planos evidencia uma alteração de comportamento e uma preocupação com o ônus do cargo, diz o cientista político e professor da Unipampa Guilherme Howes.
Ele recorda que, até há pouco tempo, os políticos se digladiavam para ficar na cadeira de mandatário máximo de suas cidades. Hoje, há uma preocupação em encerrar o mandato sem deixar pendências ao seu sucessor, assevera Howes.
O principal temor dos gestores é repetir um remédio amargo
A preocupação mais recorrente e repetida quase que à exaustão pelos prefeitos ouvidos pela reportagem é com o pagamento da folha dos servidores municipais. E o receio é justificado. Entre os gestores, o temor é ter de repetir o remédio amargo adotado pelo Executivo estadual.
Ou seja: atrasar o salário do funcionalismo. Para manter o pagamento em dia, os prefeitos repetiram que, muitas vezes,"